O sol brilha no Japão

Muitos jogadores de grandes clubes brasileiros sonham em atuar na Europa, mas uma parte deles ainda se aventura a jogar em países com um futebol que é pouco conhecido pelos torcedores brasileiros, como é o caso do Qatar, China, Coreia do Sul e Japão. Um exemplo de brasileiro que conseguiu ter algum destaque na Ásia foi o hoje ex-atacante Wagner Lopes, que chegou ao Japão no ano de 87 para jogar pelo Nissan Motors (hoje Yokohama Marinos) junto com o então zagueiro Oscar, que foi titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 82 e encerraria a carreira de jogador na equipe japonesa.

O hoje técnico Wagner Lopes comandou o Albirex Niigata (foto: J.League Photos) em 2017 e treinou o atacante Rony e o meia Thiago Galhardo

Pouco tempo depois, foi a vez de Zico chegar ao Oriente, no ano de 91, para jogar pelo Sumitomo Metals (hoje Kashima Antlers) e foi a partir da ida do maior ídolo do Flamengo que o futebol japonês se transformou. Outros brasileiros mais conhecidos o seguiram, tais como Dunga, Jorginho e Leonardo, todos com passagem pela Seleção Brasileira, além de alguns jogadores europeus bastante conhecidos que estavam em final de carreira, como o inglês Lineker (que foi contratado pelo Nagoya Grampus Eight) e o italiano Schillaci, que atuou pelo Júbilo Iwata (que depois contrataria Dunga).

No Brasil ainda existe até hoje um certo preconceito de que japonês é perna de pau (o que mudou com a ida de alguns deles para alguns times da Europa). Hoje, o time japonês mais conhecido dos brasileiros é o Kashima Antlers, atualmente dirigido por Ranko Popovic.

Para atrair jogadores consagrados em final de carreira ou talentos sem potencial para figurar nas grandes equipes da Europa, o Japão começou a formar a liga profissional (ainda nos anos 60) com times criados por grandes empresas que se interessavam em investir no esporte, tais como as grandes montadoras de carros do país ou ainda as empresas de eletrônicos e outras. Mas foi só a partir de 93, com a criação da J League e a unificação das ligas amadoras, é que a competição começou a ter aspecto de torneio competitivo com equipes fortes e cada vez mais talentos em final de carreira chegando para ajudar a tornar o esporte mais conhecido entre os japoneses.

Depois de alguns problemas financeiros das principais equipes do país, hoje o Campeonato Japonês é estruturado em dois turnos com outras duas Copas nacionais, a Copa Nabisco (equivalente à Copa da Liga na Europa e que dá direito ao campeão de disputar a Copa Suruga) e a Copa Imperador (que é a competição mais antiga do país – anterior até a formação da J League – e é semelhante às Copas nacionais na Europa). Curiosamente, a pontuação “universal” do futebol (3 pontos por vitória, 1 por empate para cada time e nenhum por derrota ao perdedor) foi adotada apenas em 2003 porque até então eram atribuídos dois pontos por vitória na prorrogação e um ponto por vitória nos pênaltis.

O que continua a atrair os jogadores ao Japão é o dinheiro, porque o título do campeonato local dá ao time campeão 300 milhões Ienes (cerca de 10 milhões Reais). Isso ainda é pouco perto do que o Campeonato Brasileiro oferece ao time vencedor (o campeão recebe algo em torno de 48 milhões de Reais), mas não deve demorar muito para que o Japão resolva esta questão.

Quais os principais atrativos do Campeonato Japonês (além do aspecto financeiro) na sua opinião?

Um comentário em “O sol brilha no Japão

  1. Bom. É inegável que existe uma boa dose de emoção em viver no Japão: terremoto, tsunami, vulcão e a língua …. que não deve ser fácil aprender.

    Outro aspecto que deve ser bem atrativo é a cultura milenar japonesa e a estruturação da sociedade. Um país organizado socialmente e com muitos aspectos intrigantes. Deve ser muito interessante poder trabalhar e viver nas terras dos samurais.

    Claro, também tem a remuneração que atrai bastante os atletas profissionais.

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