Negócio da China

No ano de 98 o hoje comentarista Muricy Ramalho já tinha começado a carreira de técnico de futebol e deixou o Brasil para comandar o Shangai Shenhua, time que naquele ano conquistou a Copa da China sob o comando dele. Na época o Campeonato Chinês não tinha visibilidade para os demais países, mas isso mudou em anos recentes com os investimentos feitos na compra de jogadores estrangeiros, como o meia Ricardo Goulart, que defende o Guangzhou Evergrande, e também de técnicos mais consagrados.

O meia-atacante Ricardo Goulart (foto: UOL Esporte) atua pelo Guangzhou Evergrande desde 2015, mas teve uma curta passagem por empréstimo ao Palmeiras neste ano

O futebol na China teve a primeira liga profissional criada em 1994, com o nome de Liga Jia-A, mas apenas oito anos depois, em 2002 é que foi tomada a decisão estabelecer uma liga profissionalizada de clubes do país, que teve a primeira disputa dois anos depois, em 2004. Em anos recentes, o número de times na primeira divisão chinesa é de 16 clubes, que é um número inferior aos campeonatos europeus (com 18 a 20 times em média na primeira divisão) e também do Campeonato Brasileiro, que conta com 20 equipes na primeira divisão.

Com muito dinheiro injetado pelas empresas nos clubes locais, o Guangzhou Evergrande pagou €18 milhões (R$ 48 milhões) para contratar o atacante Ricardo Goulart, que veio do Palmeiras, e ele é atualmente o principal jogador do time, além de ser um dos melhores da Superliga Chinesa (1a divisão do país). Embora o aspecto financeiro seja um dos principais atrativos, uma passagem pela China não abre portas para os jogadores irem para outras ligas na maioria dos casos.

Entre os homens, a China participou apenas de uma Copa do Mundo 2002 no masculino, mas entre as mulheres o desempenho é melhor, porque o país esteve em oito Copas do Mundo e conseguiu um vice-campeonato, uma 4a colocação e foi  quatro vezes eliminada nas quartas de final da Copa do Mundo. Para mudar um pouco este cenário entre os homens, a Federação Chinesa convidou recentemente os meias Ricardo Goulart e Elkeson (que atua pelo Shangai SIPG) a se naturalizarem e assim defenderem o país que busca a classificação para a próxima Copa do Mundo, em 2022 no Qatar.

Quais são os principais atrativos da China (além do aspecto financeiro) para os jogadores estrangeiros na sua opinião?

3 comentários em “Negócio da China

  1. Estimado Deda

    Penso que a atratividade vem só da grana, mesmo. Infelizmente, a China, hoje, reúne o pior do socialismo com o pior do capitalismo. Mas tem uma cultura milenar. Para um jogador filósofo, como o craque Afonsinho, homenageado em música do Gil, seria um prato cheio. Mas corria o risco de ser preso lá… Parabéns pelo seu blog, sempre informativo e bem escrito.

    zé marcelino

    Curtir

  2. Em teoria … os atrativos são muitos. Os aspectos culturais, um país imenso e repleto de diferenças, próximo a locais que, da mesma maneira, podem propiciar muitas experiências interessantes. A China mesmo, do ponto de vista econômico e político, não oferece atrativos sociais. Ao contrário, a China tem um governo bem ruim, sob todos os aspectos. Para passear nos arredores, o problema é a língua de todos eles … Imagine: chinês, japonês, coreano e por aí vai.

    Porém, como a profissão de jogador é muito curta e incerta, a grana deve falar mais alta.

    Curtir

Deixe um comentário